domingo, 5 de junho de 2011

A MÚSICA QUE EU GOSTO (8) - "La Campanella", de Paganini

Resolvi colocar aqui a versão para violino de Paganini. A tal música que abria a série televisiva e que me ficou no ouvido durante anos. A interpretação é de Salvatore Accardo. Agora já podem comparar com a versão de Liszt do post anterior. E se calhar chegam à mesma conclusão a que eu cheguei: são ambas excelentes!

A MÚSICA QUE EU GOSTO (7) - "La Campanella", por Li Yundi

Quando era miúdo, lembro-me de na RTP ter passado uma série sobre a vida de Paganini, famoso compositor e violinista italiano. Não me lembro de mais nada na série a não ser da música com que cada episódio abria  ou encerrava. Tratava-se de uma música obviamente de Paganini, composta para violino, claro, tão bonita quanto difícil de interpretar.
Ainda hoje, passado tanto tempo, dou por mim, de vez em quando, a assobiar essa fantástica melodia! Ficou-me de tal modo no ouvido todos estes anos que decidi pesquisar na net pelo nome de Paganini e, após ler a biografia deste compositor, não tardei muito a descobrir o nome da tal melodia: "La Campanella" (em português, "O Sino").
Ouvi uma e outra vez "La Campanella" durante um bom bocado, até me fartar! Não conseguia deixar de querer ouvir o som daquele violino. Por um lado porque era de facto uma interpretação fantástica. Por outro porque me trazia memórias de outros tempos.
De repente, olho para os outros videos e vejo que um pianista chinês chamado Li Yundi (assim é que está correcto e não ao contrário) também tocou "La Campanella". "Com um piano? - pensei para mim - Não deve ser a mesma coisa!" Pois não. Não é a mesma coisa! Trata-se da mesma melodia de Paganini mas escrita para piano, por Liszt. Não vou dizer que é melhor porque o som do violino não é fácil de esquecer. Mas este Li Yundi é, de facto, um pianista de se lhe tirar o chapéu! Ouçam até ao fim e depois digam-me se não tenho razão...

sábado, 14 de maio de 2011

CINANIMA (1)


O Salão Internacional de Banda Desenhada - Moura BD iniciou este ano uma parceria com o Cinanima - Festival Internacional de Cinema de Animação de Espinho. A ideia é trazer a Moura o que de melhor o festival espinhense apresenta anualmente em matéria de cinema de animação.
A direção do Cinanima mostrou-se, aliás, muito agradada com a proposta mourense uma vez que o Alentejo não estava contemplado no plano de digressões que este festival de animação faz todos os anos pelo nosso país. Ficou, assim, colmatada uma lacuna.
Durante os dias em que decorreu o Moura BD puderam ser visionados três conjuntos de filmes: um direcionado para o público infantil, outro para o público juvenil e um terceiro, para público adulto, com os "Premiados Cinanima 2010".
Aqui fica o spot de apresentação do festival de 2010. Uma verdadeira pérola, por sinal.
Entre 7 e 13 de Novembro de 2011 teremos nova edição de um dos eventos culturais de maior prestígio no nosso país. A não perder, obviamente.
Página oficial do festival:  http://cinanima.pt/2011/

domingo, 6 de março de 2011

A música que eu gosto (6) - Paulo de Carvalho (1)



Paulo de Carvalho, para além de ser uma das melhores vozes nacionais de sempre, tem um leque de canções brilhantes no seu já longo repertório. A mais conhecida será, porventura "E depois do adeus", vencedora do Festival RTP da Canção de 1974 e, poucos dias depois, transformada em senha para o início da Revolução dos Cravos.
Contudo, a minha preferência vai para esta canção, "Flor sem tempo", também ela concorrente a um Festival da Canção (o de 1971). Dessa vez, Paulo de Carvalho sairia derrotado tendo sido Tonicha a vencedora, por sinal com outra grande canção, "Menina".
"Flor sem tempo" tem música de José Calvário e letra de José de Souto Mayor. É, para mim, a melhor das canções não-vencedoras que passaram por todas as edições do Festival RTP da Canção.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

A música que eu gosto (5) - Chico Buarque (1)



Chico Buarque é um dos gigantes da música brasileira!
Ou melhor: Chico Buarque é um dos gigantes da música!
Esta "Conversa de Botequim", com letra de Noel Rosa e música de Vadico (Osvaldo Gogliano) demonstra a excelência da interpretação do artista.

Seu garçom, faça o favor
de me trazer depressa
Uma boa média que não seja requentada
Um pão bem quente com manteiga á beça
Um guardanapo,
E um copo d'água bem gelada
Feche a porta da direita
Com muito cuidado...
Que não estou disposto
A ficar exposto ao sol
Vá perguntar ao seu freguês do lado
Qual foi o resultado do futebol

Se você ficar limpando a mesa
Não me levanto nem pago a despesa
Vá pedir ao seu patrão
Uma caneta, um tinteiro,
Um envelope e um cartão
Não se esqueça de me dar palitos
E um cigarro pra espantar mosquitos
Vá dizer ao charuteiro
Que me empreste umas revistas
Um isqueiro e um cinzeiro

Seu garçom, faça o favor
de me trazer depressa
Uma boa média que não seja requentada
Um pão bem quente com manteiga á beça
Um guardanapo,
E um copo d'agua bem gelada
Feche a porta da direita
Com muito cuidado...
Que não estou disposto
A ficar exposto ao sol
Vá perguntar ao seu freguês do lado
Qual foi o resultado do futebol

Telefone ao menos uma vez
para 34-4333
E ordene ao seu Osório
Que me mande um guarda chuva
Aqui pro nosso escritório
Seu garçom me empreste algum dinheiro
Que eu deixei o meu com o bicheiro
Vá dizer ao seu gerente
Que pendure essa despesa
No cabide ali em frente

Seu garçom, faça o favor
de me trazer depressa
Uma boa média que não seja requentada
Um pão bem quente com manteiga á beça
Um guardanapo,
E um copo d'água bem gelada
Feche a porta da direita
Com muito cuidado...
Que não estou disposto
A ficar exposto ao sol
Vá perguntar ao seu freguês do lado
Qual foi o resultado do futebol

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

JOAQUIM COSTA (2) - Farmácia


Para comprovar que Joaquim Costa era poeta por convicção e boticário por obrigação, deixo-vos aqui um seu desabafo sob a forma de soneto: "Farmácia". Uma pérola, de entra as muitas que Joaquim Costa nos legou.


Nas sombras da botica todo o dia,
Sobre a "Farmacopeia" debruçado,
Eu sinto a sensação do condenado
Que sonha a liberdade e a luz do dia.

O meu anseio de sol e de alegria
Não m'o consente a vida - É-me vedado.
E o reino de beleza que hei sonhado
Só o possui a minha fantasia.

Talvez por isso sofro! É uma tortura
Passar os dias, curvo, na botica,
Entre frascos hostis, de expressão dura.

E nem ouso pensar, nem aprofundo
Porque me negam a esmola rica
Dum pouco desse sol que alegra o mundo.


(in "Poesias", de Joaquim Costa - Ed. Câmara Municipal de Moura - 1982)

sábado, 8 de janeiro de 2011

Golos inesquecíveis (1) - Maradona (1)


Golo de Maradona, frente à Inglaterra, no Campeonato Mundial de Futebol de 1986, realizado no México. Dizem que é o melhor golo de sempre marcado por um futebolista! É bem possível que assim seja...
Uma coisa é certa: para mim, sem dúvida que Maradona foi o melhor jogador de futebol de todos os tempos! Nem Pelé, nem Cruiff, nem Di Stefano (os três futebolistas que, unânimemente, são considerados os únicos que poderiam rivalizar com o jogador argentino) superam, na minha opinião, Maradona!
O golo frente aos ingleses foi talvez o ponto mais alto de Diego Armando Maradona no Mundial de 86 (se exceptuarmos o facto de o genial futebolista ter, poucos dias depois, ganho a competição, ao serviço da selecção argentina, derrotando a Alemanha na final por 3-2).
Foi um golo soberbo, pleno de genialidade e de raiva, e que, para mais, teve o "pormenor" de vingar, de certa forma, a situação política que se vivia na altura entre argentinos e ingleses por causa da Guerra das Malvinas. Os ingleses ganharam a guerra, é certo, mas, no relvado, foram vergados pelos argentinos, mercê de uma exibição notável de "Diego" & companhia".
O relato do jornalista Victor Hugo Morales é, simplesmente, arrepiante e contribui decisivamente para fortalecer a opinião de que este é o melhor golo de sempre na história do futebol.