Passaram, anteontem, 100 anos desde o nascimento de Joaquim Costa.
No Cine-Teatro Caridade, o Grupo de Teatro "Carpe Diem", de Moura, assinalou a data da melhor maneira: declamando poesia.
Embora no início da sessão, Maria Eugénia Costa - filha do poeta - tenha afirmado que encarava este dia como um dia de alegria, a verdade é que a música, as imagens projectadas, os poemas declamados, a encenação e interpretação dos actores, fizeram deste um espectáculo emotivo do princípio ao fim.
Uma merecida e demorada salva de palmas recompensou o trabalho do Grupo - onde é justo referir a abnegação e o empenho neste projecto demonstrados pela encenadora Geninha.
A maioria dos actores do "Carpe Diem" é muito jovem, o que deixa no ar a legítima esperança de que a obra do poeta permanecerá entre as gerações mourenses vindouras.
Esta Sessão de Poesia tem uma segunda e última apresentação agendada para o próximo domingo, dia 22, pelas 16:00 horas.
Deixo aqui um dos melhores poemas de Joaquim Costa, por sinal o último a ser declamado na sessão de anteontem pelo Grupo "Carpe Diem".
TERCEIRO EPIGRAMA
Vive a teu modo. Sê forte qual rochedo
Erguido frente ao mar.
Sorri às tempestades e nunca tenhas medo
Do vento que soprar.
Acredita em ti mesmo, constrói por tuas mãos o teu destino
E vive em cada hora a tua vida.
Não detenhas teus passos na subida
E sê humano para ser divino.
Os outros, os banais, os das palavras ocas,
Os que sabem sorrir e adular
E embriagam como o próprio vinho,
Esses, hão-de perder-se no caminho
E tu, hás-de ficar!
Epigrama (Grego: ἐπί-γραφὼ, literalmente, "sobre-escrever"), é uma composição poética breve que expressa um único pensamento principal, festivo ou satírico, de forma engenhosa.
O Epigrama foi criado na Grécia Clássica e, como o significado do termo indica, era uma inscrição que se punha sobre um objeto - uma estátua ou uma tumba, por exemplo.
Os epigramas sobre as tumbas formaram uma classe à parte e se denominaram Epitáfios ou Epicédios, designando um poema engenhoso que tinha a característica de ser breve, para poder passar por rótulo ou inscrição.
A maioria dos epigramas gregos pode ser encontrada na Antologia Palatina. Além dos gregos, destacaram-se na composição de epigramas os romanos Catulo e Marco ValerioMarcial.